sexta-feira, 29 de junho de 2012

JORNAL DO COMMÉRCIO (RECIFE): Greve já ameaça o ano letivo da UFPE

EDUCAÇÃO


Greve já ameaça o ano letivo da UFPE


Iniciado há 43 dias, movimento dos professores segue paralisação nacional. Docentes acreditam que as atividades só devem acabar em 2013. Reitor está mais otimista


Publicado em 28/06/2012, às 08h07

Do JC Online

Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem / Docentes da UFPE e da Rural fazem protesto nesta quinta

Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem


Docentes da UFPE e da Rural fazem protesto nesta quinta


O ano letivo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) só deve terminar em 2013 por causa da greve dos professores, iniciada há 43 dias, segundo avaliação do presidente da Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe), Jaime Mendonça. O reitor da universidade, Anísio Brasileiro, é mais otimista e acredita que a paralisação, que começou em 17 de maio, ainda não compromete a conclusão dos dois semestres letivos este ano. A instituição tem cerca de 26 mil alunos nas graduações. A adesão ao movimento na UFPE é de pelo menos 60% dos professores, conforme levantamento da Adufepe. No País, 95% das federais estão em greve, de acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes).


Hoje, a partir das 10h, professores da UFPE e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), também em greve, realizarão manifestação em frente ao Banco Central do Brasil, localizado na Rua da Aurora, em Santo Amaro, área central do Recife. Servidores técnico administrativos das duas universidades participarão do ato. Todos estarão de preto. O banco foi escolhido pelos grevistas porque representa a circulação da moeda e os investimentos públicos. “No orçamento deste ano, 47% são para pagar dívidas, enquanto o investimento em educação é de apenas 3,18%. Qual é a prioridade dada pelo governo à educação?”, questiona a professora Fátima Massena, do comando de greve da Rural.


“É muito provável que começaremos 2013 na UFPE sem ter concluído as atividades acadêmicas de 2012. Já são 43 dias de greve sem que o governo sinalize com proposta concreta”, observa Jaime Mendonça. A categoria reivindica uma carreira única com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, com variação de 5% entre os níveis.
Segundo Anísio Brasileiro, o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, está empenhado em apresentar propostas para o fim da greve. “Estamos acompanhando a paralisação. Acredito que a curto prazo haverá solução para o impasse. Na UFPE, a greve preocupa, mas acho que não vai comprometer o ano letivo”, diz o reitor. Na próxima semana a pró-reitoria de graduação fará um mapeamento detalhado da situação de cada curso com os conselhos departamentais. “Vamos montar um proposta de calendário para quando a paralisação acabar”, explica Anísio.


PREJUÍZO - Aluna do 7º período de jornalismo, Júlia Magnoni, 21 anos, será prejudicada se a greve interferir no ano letivo. “Me formo no próximo semestre. Estou estagiando, com perspectiva de ser contratada. Mas só se concluir a graduação em 2012”, diz Júlia. Nenhum dos cinco professores dela desse período aderiu à paralisação. Mário Felipe Firmino, 21, do 6º período de medicina, também está tendo aula. “Só duas disciplinas estão paradas. Para mim, não haverá tanto problema se as aulas forem até 2013, mas tenho colegas que farão intercâmbio e serão prejudicados”, conta Mário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário